software livre

Prof. Me. Alexandre Lobo

Os software livres e uma nova sociedade

Prof. Me. Alexandre Lobo

As mudanças históricas, embora sejam situadas em datas nos livros didáticos, nunca ocorrem de uma hora para outra de forma abrupta. Tudo muda em processo por vezes lento, mas que criam situações limites que proporcionam mudanças radicais chamadas de revoluções. As sociedades já anunciam os elementos do que estará por vir. São sempre anomalias que um dia poderão tornar-se regra. De certa forma, pode ser assim com o software livre dentro de uma sociedade que transforma tudo em ouro, dos recursos naturais mais simples como a água ao próprio conhecimento.

Não que os produtores de software livre sejam todos socialistas ou algo semelhante. Não que não seja possível ou possa ser o objetivo de ganhar dinheiro com o software livre. Na verdade, existem programas que são de graça mas são incompletos, destinados a experiência do usuário que terá que desembolsar algum dinheiro ou para uso completo do programa ou para poder usá-lo por tempo ilimitado. Há programas que são distribuído completos mas tem código fonte fechado e mantém o monopólio do conhecimento de sua produção.

Não é assim que ocorre com o Linux. Existem versões comerciais, existe a possibilidade de ganhar dinheiro com a prestação de serviços - suporte técnico. Mas seu fundamento é baseado na solidariedade e necessidade mútua, essa é a sua verdadeira filosofia. Se alguem tem alguma dúvida a respeito de determinado programa ou mesmo periférico, basta postar em algum Fórum a sua dúvida e esperar pela resposta. E quem ganha com isso? Todos, pois se eu posso resolver o problema de alguém, no futuro também posso ter minhas dúvidas sanadas por outro. Essa é a dinâmica que faz com que este sistema operacional evolua.

A pouco tempo, uns quarto anos atrás, havia muitos Linux que funcionavam por meio de comandos tipo o antigo Dos, hoje, em alguns aspectos, usar o Linux, como a instalação, é até mais fácil que o Windows. Em algumas distros, versões do Linux, o reconhecimento de certos periféricos é automático, dispensando a instalação de driver para cada hardware.

O capitalismo, historicamente sempre foi capaz de absorver tudo que lhe era contrário. Os hippies e punks viraram grife. E por essas razões há quem ainda ache que o Linux não tem futuro, pois ou desaparece ou ou se torna completamente comercial, o que daria no mesmo. A base do Linux é seu kernel de código aberto e os fóruns de debates. É uma grande troca de informações que, contrariando o espírito do capitalismo, não há um ganho individual, mas coletivo. É justamente a necessidade de troca que mantém o software livre funcionando. E não é só o sistema operacinal que é livre, temos também vários aplicativos como o Open Office, editor de texto, por exemplo. O ganho, no software livre, de certa forma, é um lucro diverso ao do capitalismo, pois, de forma imediata, não é concreto, não é uma acumulação de bens, mas se revela na adquisição de conhecimento e no desenvolvimento da capaciade operacional em termos de informática, ou seja, todos ganham...