feudalsimo

Feudalismo

 

Idade Média

Prof. Me. Alexandre Lobo

A Idade Média é dividida em duas partes, a Alta Idade Média, que vai da queda do Império Romano do Ocidente às cruzadas. A Baixa Idade Média tem início com as cruzadas e vai até os descobrimentos. Na Europa, o que caracteriza a Idade Média é o feudalismo. Entretanto, o que é entendido como feudalismo não ocorre da mesma forma na em todas as partes do mundo. Falar em Idade Média na Europa lembra sempre a figura dos cavaleiros medievais, com seus castelos e armaduras, mas, no Japão, o equivalente aos cavaleiros seriam os samurais, que estão envolvidos em contextos sociais semelhantes e vão durar até mais ou menos o século XIX, quando já não há mais feudalismo na Europa.

Na Idade Média, havia três estamentos: os que lutam, a nobreza; os que oram, o clero, ou seja, os membros da Igreja Católica, e os que trabalham, os servos. Provavelmente, a origem da nobreza está nos cavaleiros ou senadores romanos que puderam escapar dos bárbaros e construíram castelos para se protegerem. O clero, dividido em alto, o clero de poder de comando, recrutado entre os nobres, e o baixo clero, os padres e párocos com pouco ou nenhum poder de mando na Igreja, recrutado entre os pobres ou nobres decadentes. Cabia ao clero o domínio da educação e do conhecimento. A Igreja, pela carona do Império Romano, pôde se expandir por quase toda a Europa. Os servos, os que trabalham ou labutam, tinham origem nos escravos libertos, proletários urbanos ou camponeses pobres.

O termo feudalismo vem de feudo. Feudos eram grandes extensões de terras pertencentes aos senhores feudais. Os senhores feudais pertenciam a aristocracia, a nobreza e tinham privilégios ante as outras categorias sociais da época. Eles podiam, por exemplo comerem e beberem em uma taberna sem dar nada em troca.

No feudalismo não havia moedas, comércio, a população vivia no meio rural e não havia poder centralizado. Como os feudos eram auto-suficientes, pois tudo que necessitavam era produzido localmente, não havia necessidade de compra, e, como não havia compras, ou seja, comércio, não havia necessidade de moedas. As que existiam eram de uso exclusivamente local. Na questão do poder, havia o contrato de vassalagem, um contrato não escrito envolvendo dois nobres com objetivos militares. O suserano seria o nobre superior, um líder em caso de batalhas, e o vassalo o nobre inferior, menos poderoso e jurava fidelidade ao seu suserano e, por vezes, ganhava um feudo. Se caso algum deles se sentisse ameaçado, o outro deveria vir ajudá-lo. O suserano máximo seria o rei . Entretanto, como cada nobre, dono de um feudo, tinha seu exército próprio e era senhor absoluto em seus domínios, ele não tinha necessidade nenhuma em obedecer ao rei, ainda mais se o rei não fosse seu suserano mais imediato, assim, o poder ficava descentralizado, ou seja, o poder do rei estava diluído em diversos nobres. Não havia, portanto, um centro de poder, um local ou uma personalidade a quem pudesse ser atribuído o centro do poder, da ordem e da lei.

Enquanto os nobres não pagavam impostos e lutavam, os servos trabalhavam produzindo o alimento. Os feudos, grandes latifúndios eram divididos em três partes: o manso servil, destinado aos servos, o manso senhoril, destinado exclusivamente aos senhores feudais e as terras comunais, terras de uso comum por homens livres e servos. As terras comunais eram possíveis porque não havia cercamento das terras. Em uma época do ano os servos trabalhavam no manso servil e ficavam com a produção. O pagamento pelo uso da terra se dava de duas formas, a corvéia, que consistia em um trabalho gratuito nos manos senhoris em alguns meses do ano, ou a talha, a entrega de uma parte de sua produção.

A Igreja Católica, como já havia mencionado, era a instituição mais poderosa da Idade Média. Indo de carona no Império Romano, ela se tornou a religião oficial de quase toda a Europa. Na Idade Média, dominou o conhecimento. As raras escolas eram de bispos e as bibliotecas ficavam nos mosteiros. A Igreja era o centro de educação onde eram transmitidos os dogmas. Dogmas são verdades eternas e inquestionáveis. Heresias são idéias contrárias aos dogmas. Por causa dos dogmas, é comum chamar a Idade Média como Idade das Trevas – as trevas como limitando a visão do homem. A própria construção das Igrejas tinha caráter educativo, prédios altos para ensinar a grandeza dos céus e o poder de Deus. Os vitrais ilustravam passagens da bíblia. Assim a Igreja ensinava ao homem medieval o medo do inferno e vendia a ele um pedaço do céu. Eram as indulgências que junto com os dízimos contribuíram para o enriquecimento da Igreja Católica. Havia também a questão do celibato dos padres, uma forma de fazer com que os bens do clero ficassem com a Igreja e não com herdeiros.