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Comunismo e Socialismo

 

SOCIALISMO E COMUNISMO

Prof. Me. Alexandre Lobo

Embora muitas vezes usados como sinônimos, socialismo e comunismo são sistemas político-sociais distintos. A confusão se deve ao uso indiscriminado do termo para regimes políticos semelhantes ou dependentes da União Soviética. O comunismo é a utopia, a meta, um sistema político social em que não há nenhum tipo de desigualdade social, política ou econômica. Como o próprio nome diz, comunismo, todos vivendo em comunidade. Já o socialismo é o caminho para o comunismo. No socialismo haveria desigualdade, não econômica, mas política, não entre aqueles que têm posses e os que têm nada, mas entre aqueles que têm o monopólio de criar as regras e aqueles que obedecem.

Karl Marx se inspirou no comunismo primitivo para idealizar seu projeto político social. Na pré-história, os homens viviam sem nenhum tipo de propriedade e tudo era coletivo, inclusive os “conjugues”. Reinando a solidariedade, a caça e a coleta eram divididas entre o grupo. A solidariedade ocorria por uma questão de necessidade, sento os homens frágeis em relação a outros animais nas florestas primitivas, a união era uma forma de defesa. Para Marx, existiram vários tipos de socialismo ao longo da história, desde os que estariam em acordo com os interesses dos aristocratas decadentes que se beneficiariam da distribuição das riquezas da sociedade e que não compreendiam a contradição de classes entre operariado e burguesia, até o socialismo do proletariado. Do proletariado, o primeiro foi o socialismo utópico. Esse socialismo foi assim denominado por não ter nenhuma base científica e sim na imaginação de alguns pensadores burgueses como Robert Owen que em 1823 propôs a criação de comunidades comunitárias como forma de combater a miséria na Irlanda.

O socialismo de Karl Marx e Friedrich Engels seria considerado científico porque seria embasado não apenas em projeções de um futuro ou na vontade individual de um mundo melhor, mas sim em um estudo científico da sociedade. Para poder mudar uma sociedade injusta, é necessário antes conhecê-la, saber como ela funciona para aturar em suas “engrenagens”.

Uma revolução, por meio violento, partindo dos operariados, implantaria o socialismo e a “ditadura do proletariado”. Haveria um Estado forte que garantiria a distribuição de riquezas conforme o trabalho de cada um. Todos receberiam conforme o trabalharam. Quando o Estado socialista já tivesse produzido riquezas e desenvolvido uma sociedade na base da solidariedade, perderia o sentido e deixaria de existir. O socialismo daria lugar ao comunismo, onde todos teriam riquezas conforme as necessidades e viveriam sem a necessidade de um Estado.

Quando o socialismo foi implantado na Rússia revolucionária, para muitos autores, surgiu o “socialismo real”. Este termo, “real” é para diferenciar o socialismo proposto por Marx e Engels daquele que realmente existiu no Leste Europeu. Outros críticos, baseados no caráter altamente burocrático do regime soviético, o definiam como capitalismo de Estado. O curioso é que Marx imaginava que, dentro de uma perspectiva evolucionista, a revolução socialista ocorreria inicialmente em países desenvolvido como a Inglaterra, e não na Rússia, que em sua época, mal tinha um proletariado.

O socialismo do Leste Europeu desmoronou no final dos anos 80. Poder centralizado e forte censura foram suas características. Se o socialismo de Marx dá certo ou não, ainda não o experimentamos para responder. Mas embora sobrevivendo apesar de todas as crises, é possível dizer que um sistema que exclui mais da metade da população está dando certo? Ou melhor, para quem está dando certo?