Invasão Holandesa e União Ibérica

Invasão Holandesa e União Ibérica

Prof. Alexandre Lobo

O rei português, D. Sebastião, morreu em 1578 sem deixar herdeiros. Seu tio, o cardeal D. Henrique morre logo em seguida. O primo de D. Sebastião por parte de avô, Felipe II, rei da Espanha, fez-se nomear rei português, e, a partir 1580 Portugal e suas colônias pertenceram à Espanha por mais de sessenta anos. Felipe II passou a chamar-se, em Portugal, Felipe I.

Os holandeses, naquela época, estavam em guerra contra os espanhóis, resolveram invadir o Brasil. Para isso, criaram a Companhia das Índias Ocidentais (WIC), formada por capitais particulares, mas financiada pelo governo holandês. A Holanda havia sido uma província espanhola que se separara em 1579 da Espanha. Desde então, comercializava e refinava o açúcar brasileiro, comprado dos portugueses, para o resto de toda a Europa. Com Espanha dominado o Brasil, era uma fonte de lucro à menos, por isso resolveram invadir Salvador em 1624, mas foram logo derrotados.

Os holandeses, após assaltarem uma frota de transporte de prata dos espanhóis, em 1628, obtiveram meios financeiros para invadir Pernambuco.

Maurício de Nassau foi o representante holandês para governar Pernambuco. Ele conseguiu a adesão dos senhores de engenho concedendo empréstimos à juros baixos para compra de escravos que os próprios holandeses vendiam. Após a conquista e Pernambuco, os holandeses conquistaram as antigas colônias portuguesas fornecedoras de escravos na África. Muitos senhores de engenho pagavam os escravo à crédito com as safras de cana.

Em 1640 é coroado o novo rei português, D. João IV. Para combater a Espanha e manter a independência, Portugal alia-se à Holanda. Entretanto, os holandeses não respeitam o acordo de paz e invadem o Maranhão.

Em 1644 inicia-se uma rebelião dos senhores de engenho contra os holandeses e o Maranhão é reconquistado. Nesse mesmo ano Nassau é demitido e substituído por 3 conselheiros. Esses conselheiros passam a cobrar os empréstimos concedidos aos senhores de engenho e acabam com a venda à prazo de escravos, pois, a Holanda, em guerra com a Inglaterra, estava em dificuldades financeiras. Além disso, desde o final da década anterior, o preço do açúcar estava em queda.

De 1645 a 1654, alguns senhores de engenho, não querendo pagar suas dívidas, travaram guerra com os holandeses e recuperaram as colônias africanas para Portugal. A coroa portuguesa, intermediada pela Inglaterra, faz acordo com a Holanda, em 1655, comprometendo-se em indenizar os holandeses pelos gastos na guerra contra os senhores de engenho do Brasil. O valor da indenização em forma de imposto foi cobrado aos senhores de engenho.

Sem a fonte de lucro que era o açúcar brasileiro, os holandeses passam a investir no fabrico desse produto nas ilhas do caribe. Assim, os portugueses ganharam um concorrente no mercado europeu de açúcar e alguns senhores de engenho no nordeste brasileiro empobreceram.