Dívida Externa

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Prof. Me. Alexandre Lobo

A dívida externa Brasileira

    Entre os principais problemas brasileiros estão suas dívidas. A mais conhecida é a dívida externa, aquela relacionada com os credores internacionais como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. Mas há também a dívida interna, pouco conhecida e que tem se tornado um problema maior que a própria dívida externa. Trata-se da dívida do governo, federal, estadual ou mesmo municipal, com credores internos.

    A dívida externa brasileira vem de longe, desde sua independência, quando, ao se separar de Portugal, tivemos que pagar uma indenização de 3,6 milhões de libras esterlinas. Como não tínhamos dinheiro em caixa, tivemos que pedir emprestado para a Inglaterra. Bem, por este fato, podemos duvidar da Independência ter sido proclamada e pensarmos em que, de fato, ela foi comprada.

    A dívida externa teve diversos momentos e fases, se mantendo e se reproduzindo sempre por meio de novos empréstimos para pagamento da própria dívida. Tendo uma economia destinada a exportar e baseada no café, o Brasil estava sempre vulnerável as flutuações econômicas internacionais. A partir do final do século XIX e na primeira década do século XX, os credores deslocam-se de Londres a Nova York. Em função da Primeira Guerra Mundial, os EUA se consolidam como os principais credores nos anos 20 do século XX.

    Sempre em aceleração, a dívida brasileira tem seus momentos mais fortes. Entre eles podemos citar os projetos desenvolvimentistas da Era Vargas e do período Juscelino Kubitschek. É que nestes governos foram realizadas obras em  infra-estrutura visando criar condições para o desenvolvimento da indústria nacional (embora esta fosse de matriz e capital internacional. Surgem grandes empresas públicas em torno dos transportes, estradas e comunicação. No período J. K. a dívida aumenta também em função da construção de Brasília, cidade que deveria simbolizar a entrada desta grande nação no mundo da modernidade. É também neste momento, segunda metade da década de 1950,  que muito das estradas de ferro construídas no final do século XIX e início do século XX vão ser substituídas pelas rodovias, trocando o trem pelo caminhão. O custo do combustível parecia ser compensador.

    Nos anos 70 é quando a dívida externa tem seu momento mais preocupante. No contexto internacional, havia dinheiro internacional barato. É que os magnatas do petróleo estavam colocando dinheiro nos bancos europeus. Estes, com muito dinheiro nos caixas, cuidavam de repassa-los, aplica-los nos países que queriam se desenvolver, como o Brasil, Argentina, Chile, Índia e África do Sul. Os juros eram baixos. Mas, já no ano de 1973, o petróleo começa a faltar. É a chamada crise do petróleo que abalou o mundo inteiro. Os magnatas iniciam um processo de retirada de dinheiro dos bancos europeus. Por sua vês, os bancos europeus, vendo esvaziar seus cofres, passam a cobrar dos países que haviam feito empréstimos. Os juros, que eram baixos, sobem.

    Durante o dinheiro fácil, os ministros brasileiros haviam recomendado a todos empréstimos internacionais. Tudo parecia ir a mil maravilhas, era o chamado “milagre brasileiro”. Mas, com a crise do petróleo, a divida brasileira sobe proporcionalmente ao preço do barril de petróleo, indo de 3 bilhões de dólares no início de 1973 a 12 bilhões no início de 1974. Uma nova crise ocorreria em 1979 provocando mais uma elevação da dívida, em 1998 ela já atingia 241 bilhões, tendo recuado para 210 em meados de 2002.

Questões:

1) Qual a origem da dívida interna brasileira? 2) Por que a industrialização brasileira contribuiu com o crescimento da dívida externa? 3) Explique com suas palavras de que forma a crise do petróleo afetou o Brasil. 4) Qual a sua opinião a respeito do pagamento da dívida externa? 5) Por que a dívida contraída em 1822 se mantém, de uma forma ou outra, até os dias de hoje?