guerra do paraguai

A Guerra do Paraguai

A guerra do Paraguai, que envolveu o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai, foi uma das mais sangrentas guerras que ocorreram na América do Sul no século passado. Tratava-se da disputa sobre o controle da navegação comercial na Bacia do Prata (Rio Prata) entre esses países.

O Paraguai havia sido uma província Argentina que havia ganhe sua independência em 1852 e seu governo era aliado do partido Blanco, dos latifundiários do Uruguai. Paraguai é um país da América Latina que não tem saída para o oceano. O Uruguai era a antiga Província de Cisplatina, região disputada entre os governos espanhóis e portugueses que foi invadida por D. João VI quando este esteve no Brasil. O Uruguai conseguiu se libertar do Brasil no final do governo de D. Pedro I.

Solano Lopez, presidente paraguaio, contava com o apoio de seus aliados quando iniciou a guerra em seu objetivo de conquistar para seu país uma saída para o Atlântico a fim de comercializar produtos paraguaios. Quando as tropas brasileiras invadiram o Uruguai para colocar o partido Colorado no poder, em 1867, Lopez, em defesa dos blancos, invadiu o Mato Grosso do Sul. Como a Argentina não quis deixar que as tropas paraguaias passassem em seu território, Solano invadiu a província argentina Corrientes.

Sem seus aliados no poder uruguaio, o Paraguai acabou tendo que enfrentar a Argentina, o Brasil e o Uruguai dos Colorados juntos. Mas, com o tempo, a guerra trouxe fome e dívidas para todos, pois a Inglaterra emprestou dinheiro para compra de armas para o Brasil e para a Argentina.

O exército brasileiro era o maior de todos, mas também era o mais despreparado. Naquela época, não era o exército o encarregado de proteger o território brasileiro, mas a Guarda nacional.

A Guarda Nacional era uma força criada ainda na época das Regências. Os comandantes eram os latifundiários que tinham condições de contratar e armar pessoas por seus próprios recursos. Esses latifundiários ganharam o título de coronéis mesmo sem pertencer a nenhuma instituição militar e eram encarregados de proteger apenas seu Estado. O exército, daquela época, eram mercenários, sem nenhum vínculo com o exército. Mercenários são guerreiros que lutam apenas se forem pagos, independente de qual país está pagando.

Foi apenas na Guerra do Paraguai que o governo brasileiro criou um exército com soldados não mercenários, profissionais. Os soldados que lutaram na Guerra do Paraguai eram, em boa parte, negros, escravos que ganhavam a liberdade para lutarem. O Brasil era o único país na guerra a adotar a Monarquia e a manter a escravidão.

Sem nunca chegarem ao Uruguai para colocarem os Blancos novamente no poder, as tropas paraguaias, depois de vitórias iniciais, foram sofrendo derrotas. Mesmo tendo a Argentina, que sofria suas revoltas internas, e o Uruguai fora da guerra, as tropas brasileiras, com o apoio da potente frota naval, aos poucos conseguiam expulsar os paraguaios do território brasileiro.

A derrota definitiva do Paraguai ocorreu com o massacre nas tropas paraguaias em 16 de agosto de 1869. Todos os países envolvidos na guerra tiveram suas economias abaladas com enormes dívidas, mas o Paraguai praticamente viu seu exército dizimado, sua economia arrasada e seu território diminuído em 40%. Brasil e Argentina ganharam territórios do país derrotado