pré-socráticos

Pré-socráticos

 

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Filosofia Prof. Alexandre Lobo

PRÉ-SOCRÁTICOS

A palavra filosofia foi usada pela primeira vez por Pitágoras, por volta do século VI a. C. quando os gregos viviam sua expansão comercial e o desenvolvimento de suas cidades. A filosofia nasce no mundo grego antigo por volta de 600 a 200 a. C., inaugurando a forma de pensar racional no mundo ocidental. Os primeiros filósofos são conhecidos como pré-socráticos por terem vivido antes do pensador Sócrates. Com o surgimento da filosofia, ocorre um rompimento com a forma mítica de explicação do mundo. O mito, encontrado principalmente em sociedades primitivas sem escrita, corresponde a uma forma de conhecimento em forma de narrativa que pretende explicar a origem de todas as coisas. É através de fábulas, lendas e relatos de atos heróicos que o mito narra a origem de um povo, do próprio homem, dos fenômenos naturais ou mesmo do universo. Para os gregos antigos, muitos mitos encontravam-se principalmente nas narrativas Ilíada e Odisséia, atribuídas a Homero. Através das aventuras de Odisseu os gregos sabiam de sua origem heróica e gloriosa.

O que marca um mito é principalmente a presença de elementos sobrenaturais ou divinos. A ocorrência de catástrofes, como enchentes, tempestades ou outros fenômenos, podem ser atribuídos a vontade de deuses. São estes mesmos deuses que explicam a origem de rios, terras, lagos, montanhas, etc.

A filosofia nasce na tentativa de buscar outra explicação, diferente do mito, para o mundo natural (a Physis). É preocupação também da filosofia com o sentido da existência do Universo. A partir dela as explicações para os fenômenos deveriam responder a três questões básicas: Como - correspondente a forma como as coisas ocorrem;quando - o momento em que ocorrem; e por que - correspondente as causas dos ocorridos. Estas três questões básicas também vão orientar a ciência, filha da filosofia.

Os pré-socráticos vão dar origem a duas formas básicas de explicar a origem de todas as coisas: a dos os materialistas e a dos idealistas. São materialistas os que crêem que é o mundo físico ou a matéria a origem de tudo. O conhecimento, para estes ocorre através dos sentidos. Conhecemos uma cadeira, por exemplo, apenas porque podemos percebe-la através dos sentidos. É com o tato e a visão que sabemos da existência dos objetos. Os idealistas, ao contrário, acreditavam que somente através das idéias poderíamos ter um conhecimento verdadeiro, pois os sentidos não seriam capazes de perceber a essência dos objetos. Haveria um mundo das idéias, um mundo de essência que forneceria para nós, através do pensamento, a verdade sobre o mundo. Sendo diversas as cadeiras que se oferecem para nossos sentidos, haveria uma essência de cadeira que faria com que, apesar das diferenças, todas fossem cadeiras. O mesmo raciocínio poderia ser aplicado aos seres humanos e a todos os objetos. Atingir a essência das coisas, para um idealista, só é possível por meio do pensamento, da atividade de reflexão.

Os quatros elementos, terra, fogo, ar e água, para alguns pré-socráticos, principalmente para os materialistas, consistiam na origem de todas as coisas. Tales de Mileto (611 a. C? - 547 a.C.), por exemplo, acreditava ser a água a origem de todas as coisas, uma vez que tudo contém água. Parmênides (530 a.C.(?) - 460) acreditava que a origem de todas as coisas seria um ser uno e imutável, afinal, todas as coisas eram alguma coisa. Zenão, discípulo de Parmênides, afirmava a impossibilidade dos sentidos de atingirem o Ser, que seria uma substância única e indivisível.

Heráclito (544 a. C.(?) - 480 a. C.?) acreditava que o fogo estaria na origem de tudo, mas para ele, ao contrário de Parmênides, a verdade das coisas não estaria em um ser uno e indivisível, pois tudo estaria em constante mudança. Um rio por exemplo, se passássemos para o outro lado, na volta, já não seria o mesmo rio, uma vez que as águas não seriam as mesmas. Tudo, para Heráclito, está em constante mudança e movimento, não podendo, portanto haver um ser uno e indivisível, mas sim um devir. O devir é o vir a ser do Ser, ou melhor, é o Ser em processo de constante mudança.

Sócrates, o mestre que marca um novo período na história da filosofia, não deixou nenhum registro escrito de seu pensamento. Foi seu discípulo, o idealista Platão, seu principal intérprete e seguidor. Platão acreditava que tudo possuía uma essência, um Ser que poderia ser alcançado através do pensamento somente. Daí sua crítica, expressa no mito da caverna, ao materialismo.

Questões: De que forma o mito se expressa? Quais as questões básicas do pensamento racional? Dê exemplos. O que diferencia idealistas de materialistas? O que diferencia Heráclito dos idealistas e dos materialistas? Qual a importância de Platão para a divulgação do pensamento de Sócrates?