os gregos e a política

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Prof. Me. Alexandre Lobo

Os gregos e a política.

Assim como a filosofia e a ciência nascem com os gregos, também a política tem sua origem na Grécia Antiga. Política é uma daquelas palavras que tem um significado diverso, podendo ter significados diferentes. Sua origem está relacionada com a Polis grega. As polis gregas eram as cidades-estados. Cada cidade-estado tinha suas próprias leis e governos. O Estado é o conjunto de instituições que garante a ordem entre os indivíduos através de leis. Mas para fazer funcionar as leis, o Estado faz uso da força através de seu aparato policial.

De maneira geral, política pode significar a arte de governar, de exercer o poder. Antes dos gregos não havia política, pois os Estados eram governados por reis que se mostravam aos governados como deuses ou escolhidos dos deuses. Dessa forma, tais governantes tinham um poder total, suas palavras e desejos podiam se transformada em leis. Era a chamada teocracia (Theo – deus, cracia – governo). Os mitos, para tais reis, serviam como forma de justificarem seu poder, uma vez que os mitos explicavam para a população a inevitabilidade e origem divina do poder de seus governantes.

Com o desenvolvimento da filosofia entre os gregos e mais tarde com os romanos, já não era mais possível governar com base nos mitos. O poder teve de ser compartilhado e pensado de outra forma além da vontade dos deuses.

Aristóteles, filósofo discípulo de Platão, acreditava que o Estado deveria ser uma associação de homens iguais visando o bem comum. Bem comum seria tudo aquilo que garantisse a sobrevivência dos cidadãos (cidadão – habitante da cidade) sem interferir na sobrevivência dos demais. As leis serviriam para garantir que um cidadão não prejudicasse outro cidadão. È importante lembrar que em Atenas, a cidade grega mais próxima do que hoje conhecemos como democracia, não reconhecia como cidadão os escravos, estrangeiros e as mulheres.

A finalidade da vida política, para Aristóteles deveria ser a promoção da dike, a justiça entre os homens. Para ele, o homem era um animal político, ou seja, a característica que distingue os homens dos outros animais é a capacidade de fazer política.

Entre as diferentes maneiras de governar, podemos ter Estados legítimos e Estados ilegítimos. Legítimos seriam aqueles que, governando de fato em prol do bem comum teriam a aceitação de todos os cidadãos. Já os ilegítimos, governados em benefício próprio, manteriam o poder exclusivamente por meio do uso da força.

Entre as formas legítimas de governar, para Aristóteles, poderíamos ter: a monarquia, governo de um só, a aristocracia, governo de alguns, dos melhores, e a politéia, governo de muitos. O desvirtuamento destas formas de governo, quando o governar fugisse dos interesses do bem comum, resultariam na tirania de um só, na oligarquia, um grupo privilegiado e mais rico governado por seus interesses e a democracia, os mais pobres, em maioria, governando sem pensar nos interesses dos mais ricos.

Dessa forma de entender a política, resulta a distinção entre bens públicos e bens privados, os primeiros seriam aqueles compartilháveis pela comunidade pertencentes ao Estado como instrumentos de garantir o bem comum. Os segundos seriam os bens individuais, não compartilháveis.

A palavra república está relacionada com a ideia de bens públicos, pois república significa coisa pública. Platão havia imaginado o que seria uma república perfeita, e, em seu livro A república, defende que o governo deveria ficar na mão dos filósofos, pois somente estes teriam conhecimento da dike, o povo como os habitantes da caverna em seu Mito da Caverna, seriam ignorantes e não teriam condições de governarem. Da república seriam expulsos os poetas, pois, estes, assim como Homero, não serviam para educar de forma filosófica e racional os cidadãos

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