DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO No final da Idade Média, quando surgia a burguesia, a forma de obter lucro consistia em comprar mercadorias e vendê-las mais caro. Surgia o burgo, cidade comercial, e nele surgiam também as primeiras oficinas manufatureiras. A divisão social do trabalho era relativamente simples, havia o mestre artesão, o dono desta, o oficial, uma espécie de ajudante que um dia poderia se tornar mestre, e o aprendiz, um jovem que trabalhava em troca de moradia e alimentação. A produção de mercadorias era manual, tudo era feito a mão. Não havia divisão de tarefas, o mestre ensinava aos demais o processo produtivo. Na segunda Revolução Industrial, que vai do fim do século XIX a meados do século XX, desenvolve-se a ideia de divisão de tarefas a partir do uso da esteira, pelo norte americano Hernry Ford (1864-1947). Essa fase da Revolução Industrial seria caracterizada pela produção de automóveis e o uso de combustível a base de petróleo, além do desenvolvimento da utilização da energia elétrica. As esteiras, movidas por eletricidade, proporcionaram a padronização do tempo de produção das mercadorias. Nas manufaturas, o tempo de produção era definido conforme a habilidade e vontade do trabalhador. O tempo não era tão preciso quanto nos dias de hoje. Com a esteira, o ritmo da produção passou a ser dado pela máquina, o tempo de produção é proporcional ao movimento da esteira. Os trabalhadores, lado a lado, tinham funções definidas e repetitivas. Contemporâneo de Ford no desenvolvimento da esteira, Frederick Taylor (1856-1915) desenvolveria um sistema de trabalho e produção que poderia ser resumido em sua frase: “Time is money”, tempo é dinheiro. Se um trabalhador perder tempo, será uma mercadoria a menos. Uma mercadoria a menos é uma mercadoria que não é vendida, se não é vendida, é perda de dinheiro. Para melhor aproveitar o tempo, Taylor acreditava que o trabalho deveria ser dividido entre intelectual e manual. O primeiro deveria ser exclusivo de gerentes e administradores, que não deveriam participar diretamente no processo produtivo. Já o trabalhador manual teria que usar suas habilidades intelectuais e mentais o menos possível, pois se passasse a questionar o sistema produtivo, estaria perdendo tempo pensando.
O
modelo fordista-taylorista criado nos Estados Unidos da América foi
dominante até a segunda metade do século XX quando no Japão surgiu
o modelo toyotista. Quando a segunda guerra mundial acabou, o Japão
estava com usa economia arrasada, tinha perdido a guerra e sofrido
com as duas bombas atômicas. Era necessário recuperar rapidamente a
economia. Nas fábricas da Toyota, Taiichi
Ohno (1912-1990) desenvolveu uma forma produtiva que rompia com o
sistema norte americano. O toyotismo baseia-se na terceirização,
delegando tarefas e mesmo produção a outras empresas, ficando
apenas com o essencial de sua produção. Assim, peças secundárias
e pessoal de limpeza, por exemplo, seriam responsabilidade de outras
empresas. A Toyota se encarregaria do motor de seus carros e da
montagem dos mesmos. Com isso, rompe-se também o sistema de estoque
de peças do sistema fordista, não há desperdício no sistema
japonês, pois cada peça é fabricada conforme o produto que vai
sendo feito. A grande inovação do toyotismo está nos sistemas Kanban just-int-time. Ambos são os responsáveis pela economia de espaço e a eliminação de estoque. O Kanban consistia um sistema de comunicação entre setores da produção em que cada um anuncia ao outro sua demanda. No início eram cartões que eram levantados indicando a necessidade de uma peça, mas depois foi substituído por um sistema de luzes. Já o Just In Time consiste em produzir "na hora". Um setor é ativado pelo Kanban, só produz conforme o solicitado. Assim, por exemplo, ao contrário do sistema Fordista, uma porca só vai ser produzida conforme sua necessidade e será produzida em quantidade equivalente ao número de parafusos. No modelo japonês, o operário vive em um sistema de rotatividade, não tem uma função específica e é estimulado e premiado por sua produtividade. Como a produtividade, na ideia de qualidade total, é por setor, isso acaba fazendo com que haja um controle do grupo sobre cada operário. Há também o sistema de caixinha de sugestões, onde o empregado pode demostrar seu interesse pela empresa e colocar ideias que podem ou não serem aproveitadas para uma melhor produtividade. O modelo toyotista é um rompimento, em muitos aspectos, com o modelo fordista. Entretanto, ambos tem o mesmo objetivo que é a lucratividade da empresa. Questões: Quais são as principais diferenças entre o modelo toyotista e o fordista? Por que o modelo toytista enfraqueceu os sindicatos? Por que no modelo toyotista o empregado tem participação nos lucros? Explique a ideia de tempo é dinheiro com um exemplo. O que diferencia a produção industrial fordista da produção manufatureira? |